Nível de consciência laranja Mundo Centrica

nível de consciência laranja

Chegamos a mais um episódio da série referente aos níveis da consciência humana, e no episódio de hoje, você conhece a rotina da Poliana para aprender sobre o nível de consciência laranja.

Poliana acorda e olha para o seu relógio na mesinha de cabeceira ao lado de sua cama. São 6 horas da manhã de uma segunda-feira. Por isso, ela se levanta e vai ao banheiro lavar o rosto.

Prende o cabelo e suspira… Então, respira fundo, puxa energias lá de dentro.

Tira o pijama, coloca sua “roupa de corrida” e, enquanto pensa em como será sua semana, passa um café rapidinho para “ajudá-la a acordar direito”.

Ela mora perto de uma praça onde normalmente 10 a 12 pessoas se encontram todos os dias, pela manhã para correrem juntas. São 6 e 25. Enfim, Poliana chega junto ao grupo, deseja bom dia a todos que já estão lá e conversa sobre a temperatura ou como a estação do ano está estranha com uma das participantes, enquanto se alongam.

Em 5 minutos, todos correndo – um exercício recreativo, no Século XXI. Com efeito, todos se previnem de doenças cardiovasculares, e alguns até gostam. Por fim, correm juntos por 45 minutos, às vezes conversando, outras tentando sobreviver.

São 7:15 da manhã e todos já estão devidamente abastecidos de endorfinas, e cada um segue para seus compromissos.

Vida com rotina no nível de consciência laranja

Participam da corrida alguns profissionais liberais, outros empregados e até um artista. Posteriormente, Poliana segue para o trabalho (após um banho) onde encontrará outras pessoas de modo virtual – afinal, é plena pandemia de COVID-19 no mundo.

Assim, ela passará as próximas 8 ou 9 horas intercalando reuniões virtuais com pequenas tarefas e pausas para ir ao banheiro e se alimentar. Ao passo que quando estiver no final do dia, Poliana vai pensar no que irá jantar e em qual série assistirá no serviço de streaming que ela assina. Depois que terminar esses afazeres, vai ler um pouco e dormir, para começar tudo de novo na Terça-feira.

nível de consciência laranja

Você pode (ou não) se identificar com a rotina da Poliana. Decerto, a sua talvez seja um pouco, ou totalmente, diferente. Mas o fato é que todos os elementos dessa história (e da sua também) são contemporâneos e somente possíveis por dois motivos:

1 – Capacidade de imaginação

Esses elementos são resultados diretos da capacidade de imaginar do homo sapiens, e como tal, dependem da crença
coletiva para existirem.

2 – Ações coletivas

Todos os elementos são resultantes das interações de milhares (talvez milhões) de pessoas que não se conhecem, mas mesmo assim conseguem trabalhar conjuntamente e ordenadamente. Ainda que muitas vezes em países diferentes, para um mesmo projeto ou produto, elas seguem atuando juntas.

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Ações na era do nível de consciência laranja

Imagine a quantidade de gente envolvida (inclusive cronologicamente) na fabricação do seu relógio de cabeceira. Não apenas pense desde o primeiro relojoeiro a fabricar um relógio confiável. Imagine também até todas as descobertas científicas sobre eletricidade, movimento, fabricação de materiais, engrenagens, leds, informática, internet…

Que tal pensar de forma mais prática?

Imagine a fabricação do seu pijama: química para tingimento, plantação do algodão e transformação dele em fio, engenharia no tear, logística multimodal para transportá-lo entre países, leis de comércio internacional, etc.

E no caso do hábito de correr? Todos os médicos que estudaram a fisiologia do corpo, anatomia, os efeitos de curto, médio e longo prazos… E o tênis para correr? Pense na quantidade de tecnologia embarcada, quantas pessoas estudaram para desenvolvê-las e o tempo que levou para chegarem às combinações certas de materiais.

O computador, então, desde a criptografia no Egito antigo, até o esforço de Alan Turing para decifrar a Enigma na Segunda Guerra mundial. Por consequência, ele criou a lógica que hoje é usada em milhões de transístores de silício empacotados num microprocessador de 1 centímetro quadrado que processa mais informações do que todas as máquinas da época que o homem pisou na lua, juntas.

E ao falar de COVID-19, o tempo de desenvolvimento de uma vacina (quem dirá várias) foi recorde! Só para ilustrar, a vacina desenvolvida em menos tempo, até hoje, havia sido a do Sarampo.

Ela levou 11 anos para ser desenvolvida, contra pouco mais de um ano para a vacina do coronavírus. Só possível por conta das décadas e décadas de inovação científica e todo o conhecimento acumulado associados à interação e capacidade de organização do homo sapiens.

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Passagem para o nível de consciência laranja

O nível de consciência laranja, médio atual da humanidade, marca a passagem do nível azul, etnocêntrico, para a camada “Mundo Cêntrica” dos níveis de consciência. Isto é, todos somos engrenagens em uma imensa máquina, no nível laranja. Assim, na linha dos valores, de Clare Graves, chama-se nível Multiplicista, e é guiado por sucesso e autonomia.

Neste nível, importam muito o progresso, a prosperidade, o otimismo, a autoconfiança, a estratégia, a ousadia e a competitividade. Ademais, são muito importantes as metas, os objetivos, o desenvolvimento profissional e a maestria.

Sem dúvida, a prosperidade em larga escala, o desenvolvimento irrestrito da tecnologia, a ciência e o uso industrial dos recursos naturais só foram possíveis através do atingimento do nível laranja de consciência.

No modelo da autoidentidade, de Susanne Cook-Greuter, o paralelo ao nível laranja é o nível consciencioso. Em síntese, é o nível de consciência dos adultos. Finalmente deixamos a infância quando traçamos o paralelo com o desenvolvimento do indivíduo.

Este nível é constatado com a presença de objetivos de longo prazo – por exemplo, comprar uma casa ou ter um plano de previdência – ou também por um senso maior de responsabilidade – cuidar da família, pensar nos outros.

Os interesses do adulto consciencioso são voltados para as causas, razões e consequências e também para o uso efetivo do tempo. Decerto, o nível consciencioso é consolidado na transição entre a adolescência e a vida adulta. Assim, biologicamente falando, o nível de consciência laranja é comumente atingido quando o córtex pré-frontal do cérebro termina de se formar, entre os 20 e 25 anos de idade.

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Nível de consciência laranja na história da humanidade

Na história da humanidade, o nível de consciência laranja começou a surgir através de grandes movimentos, como o Renascimento e o Iluminismo.

Sua consolidação veio com a revolução industrial, o comércio internacional global, as telecomunicações e a prevalência da ciência. De fato, consolidou-se há menos de 200 anos com a diminuição da força das religiões e a preponderância dos Estados Laicos. Ademais, é interessante perceber que a velocidade dos níveis de consciência é cada vez maior à medida que avançamos:

Bege, 200 a 250 mil anos de duração. Magenta, 50 mil anos de duração. Vermelho, 10 a 15 mil anos. Azul, 5 mil anos.

E hoje, entretanto, temos ainda o nível Azul significativamente convivendo com o nível Laranja. Isso porque, há grandes partes da sociedade vivendo sob a tutela de representantes de Deus onipotente, onisciente e onipresente. E em um número grande de países muitas leis são criadas a partir de princípios religiosos ao invés de científicos ou lógicos.

Espiritualidade baseada em religiosidade ainda é critério para a seleção de políticos e juízes. Consequentemente, temas polêmicos, como o aborto, são muito guiados pelo credo religioso dos legisladores, mesmo em países desenvolvidos. De qualquer maneira, há quem diga que as ideologias modernas são como religiões, funcionam pelos mesmos princípios – uma colocação polêmica tanto para quem é religioso quando para quem é ideologista.

Em sociedades subdesenvolvidas, o nível Azul é a porta de entrada para o nível Laranja. Quando um grupo marginalizado, normalmente em nível Vermelho, é abordado pela religião do nível Azul, inicia um processo de adequação social. Ele passa a adaptar a convivência e consciência que, com o tempo, o faz migar para o mundo das engrenagens laranjas.

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Qual será o próximo nível?

A Poliana, do começo do texto, trabalha em uma empresa que produz plásticos. Um belo dia comendo um Bobó de Camarões em um de seus restaurantes preferidos, quase quebrou seu dente. Então, ela reclamou com o dono do restaurante que pegou o restante dos camarões do Bobó e mandou para a Eliane, nutróloga, analisar.

Eliane descobriu que o que quase quebrou os dentes da Poliana foram micro pedaços de plástico ingeridos pelos camarões, no mar. Poliana, então, começou a pensar sobre os impactos da atividade da empresa onde trabalha, no meio ambiente. Ademais, está achando estranho o inverno deste ano, que mais parece um verão.

Poliana começou a ler sobre impactos ambientais da atividade humana na natureza. Talvez, passada essa pandemia, ela resolva trocar de emprego para uma empresa de reciclagem, ou que pelo menos produza com menos impactos ao meio ambiente.

Poliana, parece, está passando para o próximo nível de consciência. Entretanto, o assunto do próximo artigo. E você? Já se sentiu uma engrenagem na máquina? Já parou para pensar nos impactos da sua atividade na vida e no bem-estar social/emocional dos outros?

Este é mais um artigo de uma série sobre Níveis de Consciência. Os artigos anteriores são:

  1. Você sabe o que são os Níveis de Consciência?
  2. Necessário para sobreviver.
  3. Meu vizinho de cima é o Deus do Trovão!

Um pouco sobre mim

Me chamo João de Lorenzo, trabalho com planejamento estratégico, concepção e implementação de projetos. Bem como, com (quase) tudo relacionado a vendas e gestão de força de vendas.

Estudo Teoria Integral há alguns anos e acredito que a máxima do Ken Wilber que diz que “estão todos parcialmente corretos” é uma das chaves para um mundo com espaço para todos.

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