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Era do excesso de informação e dos 15 segundos

O mundo tem evoluído de forma cada vez mais rápida, e acompanhá-lo não é uma tarefa fácil por conta do excesso de informação. Afinal, são 11 milhões de bits de dados sendo recebidos pela nossa mente a cada segundo[1]

As mídias sociais são um grande exemplo, uma vez que os seus conteúdos mudam a cada 15 segundos. Portanto, reflita sobre tudo que você está processando neste momento. E verá que este excesso de informações, pensamentos e problemas tendem a deturpar a realidade à nossa volta.

Porém nós nunca paramos. Sobretudo, não pausamos para avaliar se o nosso formato de processar informações e tomar decisões está realmente adequado ao que realmente está acontecendo. E com isso nos tornamos especialistas em “coisas” que rapidamente se tornam obsoletas.

E a pergunta que fica é: como reverter esse modelo mental e nos mantermos relevantes no mundo atual?

Em primeiro lugar, precisamos entender as raízes de como chegamos até aqui para identificar o que precisa ser transformado no contexto atual. Afinal, como diria Albert Einstein, “Você não pode resolver um problema com a mesma mentalidade que o criou”. 

Revolução industrial e o comportamento humano

Interior, vista, aço, fábrica Foto gratuita

Nossa história impacta bruscamente o comportamento humano. Afinal, foram muitas revoluções, entre elas, a agrícola, industrial, científica, que moldaram a forma de nos relacionarmos, a forma de pensar e agir.

No caso da Revolução Cientifica, por exemplo, um dos principais impactos foi na forma analítica e reducionista, para resolução de problemas. 

Já com a revolução industrial, uma das grandes transformações na humanidade foi o condicionamento mental para que nos encaixássemos no novo modelo.

Aqueles que almejavam sucesso precisavam ter a mentalidade do especialista, do profissional que entende a fundo a sua tarefa. Isso porque, como tínhamos o pensamento de escassez pela enormidade de problemas e necessidades, buscávamos segurança e éramos voltados ao resultado.

Na prática, os traços necessários a serem destacados eram os masculinos, majoritariamente racionais, independentes e assertivos. Neles, é possível incluir habilidades de planejar, controlar, progredir e focar, o que favorecia as novas criações da época, chamadas linhas de montagem (Fordismo).

Era necessário haver apenas uma rotina estreita de processos repetidos, sem variações e com alta agilidade. Então, não era preciso personalização, e quanto maior a quantidade melhor.

Os anos passaram e esse tipo de ação tomou conta da mente de todos, incluindo as mulheres, que priorizaram a adoção do método de trabalho com traços masculinos, bem como a vestimenta e a forma de falar.

Por que estes traços masculinos sozinhos não são tão viáveis atualmente?

Na indústria de automóveis, grande símbolo da revolução industrial, a Tesla é hoje um dos grandes players do mercado. E ela pode ser considerada uma empresa que vende tecnologia e não carros, pois eles são preparados para terem o sistema operacional atualizado constantemente, assim como você atualiza o sistema do seu telefone.

O exemplo da Tesla revoluciona a forma de pensar e operar em uma indústria tradicional. Deste modo, também demonstra a complexidade do mundo atual que exige uma gama maior de perspectivas para solucionar problemas de forma sustentável.

Falando em sustentabilidade, praticamente todas as organizações têm algum relatório sobre esse quesito e há uma grande proliferação de fundos de investimento para este fim. Isso demonstra o esforço para avaliar resultados de forma mais ampla, buscando incluir métricas ambientais, sociais e de governança.

Junto com essa proliferação, também aumentou a divergência nos “ESG ratings”, como identificado pelo professor de economia aplicada, Roberto Rigobon e seus colegas do MIT Sloan School of Management.

Cultura e processos dentro das organizações para lidar com o excesso de informação

excesso de informação

O problema das divergências com as métricas reportadas é que elas não nos falam sobre processos, e sim sobre resultados superficiais quantitativos. E estes não necessariamente nos dizem se organizações irão prosperar no longo prazo.

Por exemplo, hoje é muito comum organizações reportarem percentuais de minorias que compõe seu quadro da alta liderança, principalmente por gênero e raça. Contudo, um alto percentual de mulheres na alta liderança não identifica a qualidade das condições para essas mulheres exercerem suas funções.

O quanto suas opiniões são realmente ouvidas e levadas em consideração nas tomadas de decisão. Quanta autonomia essas profissionais têm de fato? Qual é a qualidade das relações existentes? Há respeito e confiança?

Estas são algumas das condições necessárias que afetam diretamente o engajamento, a performance e o bem-estar, não só de mulheres. Assim sendo, endereçar estes e outros pontos similares é o que faz com que uma organização seja realmente sustentável.

São muitas informações, conhecimentos e respostas, mas poucas perguntas.

Para obter resultados menos superficiais, precisamos fazer mais perguntas, questionar nossas respostas e nossas soluções.

Tendemos a identificar “melhores práticas”, porém esta abordagem ainda se prende no modelo mental da escassez comum na revolução industrial. Assim, o que precisamos é identificar, continuamente, práticas melhores.

E para isso precisamos a todo momento nos perguntarmos: a solução atual pode melhorar? O modelo de liderança pode melhorar? Conseguimos enxergar a realidade dos fatos através das medidas que utilizamos?

Para melhorar nossa forma de liderar neste novo paradigma, propormos incluir características femininas na abordagem às perguntas acima, salientando que características femininas não são exclusivas para mulheres.

Homens e mulheres têm características masculinas e femininas. Historicamente, como vimos acima, priorizamos as masculinas. Contudo, a proposta aqui é que possamos incorporar mais as femininas para navegar a complexidade atual seja mais diversa e completa.

Traços para navegar no mundo atual do excesso de informação

ASSERTIVIDADE E RECEPTIVIDADE COM O EXCESSO DE INFORMAÇÃO

Com toda essa mudança em que estamos imersos, tendemos a querer nos tornarmos ágeis nas escolhas e nas tomadas de decisão. Não à toa, agilidade é uma das palavras do momento.

Rapidamente identificamos os problemas, somos assertivos nas soluções e logo implementamos ações. Porém, tamanha rapidez e assertividade pode aprofundar um problema cada vez mais comum: falta de atenção nas mensagens subliminares, no que parece invisível aos olhos. Com isso, cada vez mais nos tornamos especialistas em modelos que já se tornaram irrelevantes e obsoletos.

Empresas ficaram para trás na era do excesso de informação

Blockbuster, Kodak e NOKIA são exemplos concretos de organizações que se recusaram a receber novos modelos e se tornaram irrelevantes. No caso da Blockbuster, a Netflix chegou a oferecer ser comprada pela mesma, mas os executivos não quiseram abrir mão da maior fonte de receita da época, as taxas pagas pelo atraso na devolução dos filmes.

Mas o que isso quer dizer para você, como líder? Mais do que tentar ser especialista na área da vez, nos “trending topics”, agora é importante que você faça uma autoanalise para descobrir o que você já sabe fazer e no que é bom.

Para isso, faça a pergunta: no que eu realmente me dou bem e gosto de fazer? Liste 25 itens que você gostaria de entender melhor. Depois, traga o maior nível de especificidade e deixe o julgamento de fora.

Não há certo ou errado. Então, procure algumas tendências nos seus interesses. Existem interseções entre estes itens? Algum tema salta aos seus olhos? Este é o seu real norte, ele vem de dentro, da sua experiência vivida e não da tendência do momento.

excesso de informação

Olhe para dentro de si mesmo e evite o excesso de informação

Todos nós temos características únicas, que são desenvolvidas de acordo com a nossa história e experiência, isto é, as nossas vivências moldam como somos. É necessário que você valorize isso, pois dessa forma, você destacará uma característica muito mais forte e genuína em você. Assim, a sua vida também não será direcionada pela frustração de não atingir a expectativa dos outros, e você define o que é sucesso para você.

É muito mais efetivo ouvir a si mesmo do que tentar se encaixar no que aparenta simplesmente estar em alta. Deste modo, você detecta quais são os seus melhores traços e os desenvolve, sem precisar copiar o que ouviu ou viu alguém fazer.

O primeiro passo para conhecer a si mesmo é procurar pausar o barulho do mundo a sua volta para sair do automático, deixar um pouco de lado essa rotina insana de excesso de informação na qual você pode estar acostumado.

Fuja dos padrões impostos na era do excesso de informação

Volte o seu olhar para si, e procure ser mais ao invés de fazer mais.

Tenha consciência de que você já é uma pessoa com inúmeras capacidades e incrível do seu jeito. Assim, você entenderá melhor quais são as suas necessidades, como aprimorar as suas habilidades. E também enxergará quais as melhores formas de colaborar com o mundo a sua volta, e passará a nutrir relações mais produtivas.

Parece trivial, porém fomos ensinados a pensar de forma oposta. Desde pequenos somos perguntados “O que você quer ser quando crescer?” Qual o resultado desta pergunta em nosso comportamento: Acreditamos que para ser (com valor), precisamos fazer. Não é à toa que criamos a cultura do “go, go, go” ou “Trabalhe duro para ser alguém na vida”.

Reverter esta mentalidade não é simples. Sobretudo, precisamos de ações constantes que nos tragam pausa e nos façam comtemplar. E para isso, uma ótima dica é incorporar três minutos diários de absoluto silêncio.

Tente não meditar, não pegar no celular, não se movimentar e nem fazer qualquer outra coisa, para não se conectar ao excesso de informação.

Foque no aqui e agora, de peito aberto e mente disposta. Isso porque, incorporar o silêncio também vai contra o que fomos ensinados. Um experimento conduzido por pesquisadores de Harvard e da Universidade de Virginia[2] pediu para os participantes do estudo ficarem em silêncio por aproximadamente dez minutos. Porquanto, ficar com seus pensamentos foi tão desconcertante, que alguns participantes chegaram a se aplicar pequenos choques elétricos.

No começo pode parecer desconfortável, mas com o passar dos dias você começará a enxergar melhor quem você é e o que há a sua volta. E conseguirá receber melhor a realidade e perceber nuances do contexto, tendências ainda invisíveis e desta forma inovar mais.

INDEPENDÊNCIA E INTERDEPENDÊNCIA COM O EXCESSO DE INFORMAÇÃO

Que nós dependemos uns dos outros para sobreviver não é novidade. Mas, o quanto levamos isso para a nossa maneira de pensar e para as nossas atitudes de fato?

O futurista e astrofísico Carl Sagan disse uma vez: “Se você deseja fazer uma torta de maçã do zero, deve primeiro inventar o universo.” E o que eu acredito que ele quis dizer com isso, é que nós sempre utilizamos das experiências e conhecimentos de outras pessoas para criar a nossa realidade, seja ela física ou mental.

Então, por que no mundo atua nós estamos cada vez ouvindo menos e deixando o nosso senso crítico de lado? O que faz com que polarizações políticas, de gênero, raciais, étnicas estejam tão em alta no mundo de hoje?  

Foto De Mulher Usando óculos

Distancia do ego em mundo de excesso de informação

Uma das grandes formas de nos afastarmos dessa polarização é trabalharmos para o entendimento e distanciarmo-nos do ego. Apesar de não ser algo intrinsicamente ruim, e sim ser uma série de pensamentos (conceitos) sobre quem nós acreditamos que somos. Ao nos associamos a esses conceitos, esse ego pode trazer algumas situações não muito positivas.

Uma delas é que, dependendo da força dessa associação, nós entramos mais ou menos em embates com outras pessoas sem pensar, ainda mais com tanto excesso de informação. Deste modo, isso ocorre de forma automática, por queremos defender com unhas e dentes o que acreditamos.

Por exemplo, se você experimenta um alimento pela primeira vez e sente que gosta muito dele, você pode passar a se identificar com ele, de modo como se fizesse parte de você.

Então, se alguém falar mal sobre essa opção alimentar, você não vai pensar que isso é relacionado apenas a ela, mas sim, que é algo direcionado a você. Portanto, você verá essa afirmação como uma afronta, algo agressivo.

Com o intuito de evitar esse tipo de situação, é importante entender que não é preciso se associar nesse nível com o que gosta, a fim de aceitar e observar sem julgamento a experiência do outro.

E nós viemos nos treinando para esse tipo de solidificação mental toda vez que usamos o pronome possessivo “meu”. Exemplo: Meu carro, meu trabalho, meu relógio, meu casamento, meu, meu, meu, meu… Consequentemente, essa forma de linguagem que adotamos dificulta fazermos essa dissociação desses conceitos abstratos de quem nós achamos que somos.

Hora de se colocar no lugar do outro

Uma das melhores formas de deixar o ego de lado é passar a trabalhar de forma integrada, e não apenas pensando no que você faz e em suas aptidões. Assim, você troca visões, formatos e perspectivas, chegando a soluções de maneira mais rápida e assertiva.

E sinceramente, ouvir visões diferentes e entender a forma com que as pessoas veem suas realidades não vai de forma alguma minar os seus mapas mentais. Isso apenas vai te ajudar a entender um pouco mais a respeito da realidade onde você mesmo está inserido.

Para conseguir isso, é importante tentar realmente se colocar no lugar do outro, buscando sentir o que a outra pessoa sente.

Se você quer praticar isso e sentir como não se apegar tanto às suas próprias opiniões e conseguir ter uma visão de mundo mais próxima da realidade, ou seja, não filtrada pelo próprio ego, há algumas dicas.

Um dos exercícios que mais funciona é chamar para uma conversa qualquer pessoa conhecida e que você sabe que tem o ponto de vista diferente do seu em algum assunto relevante (que traga uma certa emoção para a conversa).

Assim, pré-defina na sua mente que você vai apenas ouvi-la, não necessariamente os argumentos que ele ou ela trará vão mudar a sua perspectiva, mas busque nesta investigação achar o 1% do argumento que você concorda 100%. Então, perceba o que acontece quando você entra numa conversa não tentando defender o seu ponto de vista, mas sim explorar o mapa mental da outra pessoa.

PENSAMENTO RACIONAL E INTUITIVO

Como melhor gerir meu tempo? É provável que esta seja a pergunta de um milhão de dólares nesta época de excesso de informação. Em suma, a resposta mais comum hoje vem através da proliferação de tecnologias como ferramentas de colaboração online, e-mails, aplicativos de gestão de tempo, etc.

A forma como estabelecemos o problema e também as soluções é extremamente racional. Por certo, achamos que o problema é o tempo e que a resposta está em fazer mais coisas neste tempo.

O mais importante é buscar gerir a sua atenção, que é intangível, valiosa, limitada e escassa. Ademais, é também a principal moeda de troca da economia atual. Ao passo que, não é à toa que algumas das principais empresas do mundo usam a nossa atenção para vender a anunciantes.

E exatamente por isso, com tantas empresas tentando conquistar o nosso foco nos enchendo de estímulos, nós acabamos treinando a nossa mente para pular de um estímulo para o outro (lembra dos 15 segundos?). Por conseguinte, perdemos a capacidade de conseguir nos concentrarmos em algo por longos períodos de tempo.

Seja um líder com atenção para evitar o excesso de informação

Por isso mesmo, ser um líder com atenção e focado no momento presente é tão importante. E como diria, Ronald Heifetz, professor da Harvard Kennedy School, “Atenção é a moeda da liderança!”. Portanto, os melhores líderes são aqueles que entendem o poder que tem sua atenção e como usá-la de forma eficiente pode ter um impacto muito mais expressivo nos resultados.

Quando trabalhamos melhor a atenção, também desenvolvemos acesso ao pensamento intuitivo e não somente o racional. Por exemplo, no Japão, o pensamento intuitivo, ou Mushin, é ensinado desde a escola. O treino da intuição nos permite reagir e agir melhor em situações de stress, nas quais o nosso pensamento racional é sequestrado pela nossa amígdala.

Qual uma forma simples de treinar esta intuição como líder nos seus desafios diários? Começando a fazer perguntas sobre o que não é tão obvio.

Algumas perguntas simples para você começar: quais os sonhos de vida de cada integrante do seu time? Em que situações seus liderados têm aquele sentimento de realização?

O que é valor de vida para eles, nas palavras deles? O que os faz sentir seguros para contribuir com suas ideias? Prestar real atenção às respostas do seu time pode lhe surpreender.

Diferente dos filmes de ação, não vivemos em um mundo de heróis, em que algum ente superpoderoso nos salvará de nós mesmos. A grande solução é o esforço conjunto. O que “o mundo dos 15 segundos” de hoje precisa? Não é da polarização de soft versus hard skills ou femininas versus masculinas.

O que precisamos são das skills reais, aquelas que não necessariamente podem ser medidas em uma avalição de performance. E justamente por não poderem ser medidas, podem ser as que importam.

Esse texto fez sentido para você? Então deixa um comentário por aqui e vamos nos conectar.

Escrito por:

Heloisa Jardim

Com mais de 15 anos de experiência profissional em ambientes diversos, passando pelo mercado financeiro, consultoria estratégica, saúde e sustentabilidade corporativa. Atualmente gerencio pesquisa em Harvard, onde avalio o estado de bem-estar das pessoas em organizações e os fatores organizacionais que contribuem para tal.

Formada em Administração pela IBMEC-RJ, com especialização em Finanças pela COPPEAD, mestrado em Economia e Sustentabilidade pela UFRJ e mestrado em Saúde Pública pela Harvard TH Chan Public Health School.

Sua paixão pela transformação individual e das organizações veio por meio de suas experiências com públicos completamente distintos no Brasil, China, Camboja, Estados Unidos, Moçambique, Malawi, México e Sri Lanka.

Apesar das diferenças, em todos estes lugares Heloisa encontrou uma similaridade: quando o indivíduo está conectado com a sua essência, ele transforma seu trabalho e suas relações em fonte de vida, criação e alegria. E é essa mensagem que leva para pessoas no mundo inteiro. 

Charles Betito Filho

Empreendedor, palestrante e futurista com mais de 20 anos de experiência em gerindo empresas de tecnologia e também treinando pessoas ao redor do mundo em liderança, inovação e habilidades sócioemocionais. É formado em administração de empresas pela FGV com pós-graduação no MIT (massachussets Institute of Technology) e futurista com passagem pela Singularity University e Institute for the Future.

Ao longo de sua carreira sempre se dedicou a entender o funcionamento da mente humana na prática, tendo estudado Mindfulness e Meditação desde o início do século. Já atuou como professor de filosofia budista, e também diretor executivo de um centro de meditação.

Hoje é fundador e CEO da Mind Station, uma consultoria de desenvolvimento humano e RH que desenvolve conteúdo de treinamento, cursos workshops para grandes e médias empresas. E por meio disso que expressa seu propósito de transformar mentes para que possamos construir futuros mais positivos para a nossa sociedade.


[1] M. Zimmermann, “Neurophysiology of Sensory Systems,” Fundamentals of Sensory Physiology (1986): 115.

[2] Wilson, T., Reinhard, D., Westgate, E., Gilbert, D., Ellerbeck, N., Hahn, C., et al. (2014). Just think: The challenges of the disengaged mind. Science, 345(6192), 75–77.

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