Search
Close this search box.

EN

Sua Mente Pode Acelerar a Cura do Corpo! E por que isso importa para o mundo corporativo?

Você já ouviu por aí aquele ditado que diz que o tempo cura todas as feridas? E se eu te falar que isso não é só papo da sua avó, não? Será que se eu conseguir entender e usar melhor a minha mente eu consigo de fato aumentar a capacidade de cura do corpo? Esse conhecimento popular pode ter mais fundamento do que a gente imagina e a ciência pode provar isso!

Qualquer médico pode dizer que o tempo necessário para a recuperação de uma lesão pode variar muito. A idade, o estilo de vida e o nível de apoio social de uma pessoa, por exemplo, também influenciam na velocidade com que seu corpo se cura. Mas será que os seus pensamentos também têm alguma influência nesse processo?

Em 1979, um experimento de uma semana reuniu alguns homens idosos que viviam em um asilo. Os cientistas reformaram o espaço onde eles viviam para parecer como se vivessem nos anos 60, incluindo móveis, eletrodomésticos e revistas da época. Essas pessoas foram orientadas a viver como se estivessem mesmo voltado para o passado. Os resultados foram impressionantes: sem qualquer intervenção médica, a audição, a visão, a memória e a força desses homens melhoraram perceptivelmente. Ao fim do experimento, até a aparência deles parecia mais jovem. Este foi o primeiro de uma série de estudos do Laboratório Lang, do Departamento de Engenharia Química do MIT, para estudar como a mente molda a fisiologia do corpo, ou como eles chamam, o sistema mente-corpo.

A mente como parte do sistema de cura

A ideia básica é simples: quando vemos mente e corpo como um único sistema, em vez de separados, somos capazes de perceber como a mente tem um enorme controle sobre nossa saúde e bem-estar.

A pesquisa mais recente do laboratório, realizada pelos psicólogos do Departamento de Psicologia da Universidade de Harvard, Peter Aungle e Ellen Langer, revelou uma descoberta ainda mais incrível: Eles estudaram se as expectativas das pessoas sobre quanto tempo levariam para se recuperar poderiam afetar a rapidez com que suas feridas cicatrizavam. No experimento, os participantes passaram por um procedimento que causou pequenos hematomas. Durante a observação, a percepção de tempo foi alterada. Em uma situação, os participantes pensavam que mais tempo havia passado do que realmente passou. Em outra, eles achavam que menos tempo havia passado.

Os resultados foram impressionantes! As feridas cicatrizavam mais rápido quando os participantes pensavam que mais tempo tinha se passado, e mais devagar quando achavam que havia passado menos tempo, mesmo que o período fosse o mesmo para os dois grupos.

Isso nos dá indícios que a percepção de tempo pode afetar diretamente a velocidade com que o corpo se cura. Em outras palavras, há indícios de que a mente influencia o corpo muito mais do que imaginávamos.

A Importância da mente no processo de cura

Essa descoberta nos faz reconsiderar como vemos a recuperação física e a importância da mente no processo de cura. Viver de forma saudável envolve não só escolhas como usar protetor solar e escovar os dentes, mas também nutrir pensamentos mais positivos. Muitas vezes agimos automaticamente nos envolvendo com pensamentos negativos e prejudiciais, como esperar uma recuperação lenta, achar que somos fracos demais para certos desafios e objetivos, e até mesmo pensar que não vamos nos recuperar. Esse estudo de Harvard nos prova como é importante questionar esses pensamentos e crenças negativas.

Mas não é de hoje que cientistas cognitivos estão descobrindo que os mapas mentais, as teorias, expectativas e atitudes das pessoas desempenham um papel muito importante na percepção humana, um fenômeno ilustrado de maneira poderosa pelo efeito placebo. Por exemplo, ao dizer às pessoas que elas receberam um analgésico, elas realmente experimentam uma redução na dor, mesmo tendo recebido uma pílula de açúcar. Estudos como o de Robert C. Coghill em 2005 mostraram que as expectativas de alívio da dor podem diminuir a dor percebida em até 284%, um efeito comparável ao de uma grande dose de morfina. Essas descobertas apontam para um grande impacto das expectativas na experiência sensorial e na percepção da realidade.

A pesquisa avança ainda mais ao vincular esses fenômenos ao Efeito Zeno Quântico, que sugere que o foco constante na expectativa de alívio pode ativar e manter os circuitos de alívio da dor no cérebro, reduzindo a sensação de dor. Isso reflete uma verdade mais ampla sobre a natureza humana: as pessoas tendem a experimentar o que esperam. Este princípio pode ser visto na prática diária, onde dois atendentes de um serviço de suporte ao cliente podem perceber e reagir de maneira muito diferente aos mesmos clientes, dependendo de suas expectativas e atitudes pré-concebidas.

Mas alterar comportamentos arraigados exige mais do que simplesmente ajustar ações; requer uma mudança nos mapas mentais subjacentes que guiam nossa percepção e reações. Isso geralmente é alcançado por meio de momentos de insight, onde uma reconfiguração das expectativas e atitudes pode ocorrer de maneira rápida e dramática. Estudos sobre o processo de insight, como os conduzidos por Mark Jung-Beeman usando tecnologias como fMRI e EEG, mostram que esses momentos não apenas são associados a um aumento na atividade das ondas gama no cérebro, mas também ativam áreas responsáveis por uma variedade de percepções complexas, facilitando a formação de novas conexões neuronais.

Três passos para desenvolver a mente

Agora, como fazer isso? Qual o melhor caminho para desenvolver a mente neste sentido? Aqui vão 3 passos poderosos para você que quer começar. E alguns desses passos você já pode até ter ouvido falar, mas provavelmente não nesta perspectiva. Então vamos à prática:

Passo 1 – Você não é os seus pensamentos

É muito difícil controlar pensamentos ou mesmo parar de pensar. Digo até que para que não se frustre, nem tente fazer isso. O que podemos fazer, – isso é muito importante -, é treinar a “percepção”, algo que faço com muitos executivos nos treinamentos que dou em empresas. E a melhor maneira de fazer isso é por meio das técnicas de mindfulness, que muitos acreditam que seja somente sobre diminuição e gerenciamento de estresse. Mas, a diminuição de estresse é apenas um subproduto desse treino. O que fazemos mesmo é aprender a olhar os pensamentos de fora, ou seja, dissociar o que é a mente (aquilo que observa e produz os pensamentos) dos pensamentos em si. Isso tem um poder imenso nesse processo, pois só assim você pode de fato tomar a decisão de se envolver com um pensamento ou não. Quanto mais você faz isso, menos poder os pensamentos têm sobre você. E nesse caso isso é muito importante.

Passo 2 – O segredo está no estado emocional

Você já viu alguém que sente ódio ter pensamentos de gratidão e amor? Ou alguém que sente felicidade no momento que vive, ter pensamentos de raiva e ódio? Embora não possa controlar pensamentos, você pode sim transformar o seu estado emocional, e aqui está o segredo: ao aprender como escolher e navegar por emoções mais positivas, o seu padrão de pensamento muda. Agora, como fazer isso? E aqui vai o terceiro passo…

Passo 3 – Suas escolhas são mais importantes do que você imagina

A forma como vemos a nossa realidade e as escolhas que fazemos determinam muito em nosso processo mental e nossas emoções. Toda vez que você escolhe se envolver com pessoas que têm padrão de linguagem mais negativo, fazer coisas a contragosto, não priorizar a sua saúde, ficar horas olhando para o celular “scrollando” interminavelmente sem objetivo e deixando de viver o “agora”, você abre espaço para padrões mais negativos de emoções e pensamentos. Pare agora, e reavalie as suas escolhas deste dia mesmo. Perceba quais são os momentos que te trazem alguma alegria de estar vivo neste mundo, por menor que seja. São nesses momentos que você deve se apoiar. Portanto, largue o celular quando está conversando com alguém, aprecie o sabor da comida, busque perceber e dar valor às coisas positivas da sua realidade. E aos poucos você vai treinando a sua mente para ser mais positiva e presente.

Como podemos ver, a relação entre mente e corpo é mais profunda do que imaginávamos. A ciência está começando a revelar o poder que nossos pensamentos e emoções têm sobre nossa saúde física. Compreender e utilizar esse conhecimento pode não apenas acelerar a recuperação de feridas físicas, mas também transformar a maneira como vivemos e cuidamos de nós mesmos. Ao adotar práticas que promovam pensamentos positivos, estados emocionais saudáveis e escolhas conscientes, podemos desbloquear um potencial incrível para melhorar nossa saúde e bem-estar.

Além disso, é importante lembrar que ninguém nos ensinou a cuidar da mente na escola, mas nunca é tarde para começar. Ao valorizar as coisas positivas e praticar a gratidão, começamos a construir uma base mental mais forte e resiliente. Ao final, a saúde e o bem-estar estão intimamente ligados à forma como pensamos e sentimos. Portanto, ao cuidar da mente, estamos investindo diretamente na nossa capacidade de cura e na qualidade de vida. Por fim, meu conselho para você é: Cuide da sua mente, e seu corpo agradecerá!

Vamos juntos explorar mais sobre como a ciência da mente pode transformar nossas vidas!

Mais artigos

plugins premium WordPress