Você já reparou como algumas pessoas parecem ter um “dom” para ganhar? Elas conseguem aquela promoção que parecia impossível, fecham negócios que outros nem sonhariam, e ainda aparecem com um sorriso satisfeito, como se o universo inteiro estivesse alinhado a favor delas. É quase irritante, não é? Olhamos e pensamos:
Será que existe um curso secreto de como arrasar sempre e eu perdi a inscrição?
Ou será que é só sorte mesmo? Como, estar no lugar certo, na hora certa e, claro, com o sorriso certo.
Isso é muito mais do que coincidência ou um “feeling” bem ajustado. E se eu te dissesse que uma única vitória pode ser o ponto de partida para algo muito maior? Que, de alguma forma, aquela pequena conquista tem o poder de “reprogramar” você para continuar ganhando? É como se cada vitória ativasse uma ocorrência em cadeia atraísse o próximo sucesso.
Mas aqui vem a questão: será que é só isso? Uma vitória isolada pode, de repente, abrir caminho para uma sequência? Ou existe algum segredo, uma fórmula mais complexa que qualquer um poderia aprender para transformar pequenos ganhos em uma verdade?
Se você já se pegou se perguntando como entrar nessa espiral de vitórias e sair do eterno “quase”, bem-vindo ao clube. Vamos explorar tudo isso, com um olhar um pouco mais profundo e direto, entendendo de verdade o que faz o sucesso se repetir para alguns e fugir de outros. E se existe uma fórmula… por que você não usaria ela a seu favor, não é? Então, vamos descobrir como fazer isso!
O que eu vou compartilhar aqui não tem nenhuma ligação com aquelas fórmulas milagrosas de coaches de palco que prometem transformar sua vida em apenas alguns dias. Aquela explosão de crença e motivação que eles vendem em suas imersões, mas que, em uma semana, já se dissipa. Então, você se encontra no mesmo ponto de partida e, adivinhe, acaba comprando a entrada para a próxima imersão ou mentoria desse “guru iluminado”. Nada disso! Siga o texto e você vai entender.
É só sorte? O que a ciência diz sobre o efeito do vencedor?
Quando falamos em “vencer”, é quase instintivo pensar em sorte, não é? Como se o sucesso fosse só uma questão de estar no lugar certo, na hora certa, com aquele brilho no olhar de quem já sabia que ia dar certo. Mas a ciência, felizmente, traz uma perspectiva um pouco mais concreta – e, convenhamos, muito mais interessante. Na verdade, a tal da “sorte” tem bem menos a ver com o efeito de uma vitória do que a nossa própria reação biológica a ela.
Para ilustrar isso, o neurocientista Ian Robertson, do Trinity College Dublin, conduziu uma investigação que ele apresenta em seu livro The Winner Effect: How Power Affects Your Brain. Robertson explica que, ao vencer, nossos níveis de testosterona disparam – e esse aumento dispara outra resposta: a produção de dopamina, o neurotransmissor da motivação. Esse efeito bioquímico cria um ciclo poderoso: mais testosterona gera mais confiança e, como consequência, a probabilidade de vencer novamente simplesmente se multiplica. Ou seja, vencer não é apenas um evento pontual; é uma mudança biológica. Cada vitória reconfigura nosso cérebro para nos preparar para o próximo desafio.
E não é só com humanos que isso acontece. Estudos em animais revelam o mesmo padrão. Uma pesquisa famosa do psicólogo David A. Ferris, da Emory University, mostra que ratos que venceram disputas contra outros ratos experimentaram um aumento significativo de testosterona, o que, surpresa!, os faz vencer disputas futuras com ainda mais frequência. Ferris conclui que a sensação de vitória gera um loop de confiança e ousadia, levando o vencedor a assumir riscos com mais facilidade e a enfrentar adversários com mais agressividade. Em outras palavras, vencer cria uma espécie de “efeito dominó” psicológico e biológico que não quer saber de parar.
E quer um exemplo humano desse efeito em ação? Você já ouviu falar de Hamdi Ulukaya? Esse jovem turco chegou aos Estados Unidos com pouco mais que uma mala de roupas e uma sede por algo maior. De uma pequena vila nas montanhas da Turquia, ele cresceu rodeado pelo trabalho da família com ovelhas, queijos e, claro, iogurte. Hamdi adorava o sabor natural e autêntico do iogurte caseiro – o tipo de sabor que carrega tradição. Mal sabia que esse gosto simples iria, um dia, redefinir uma indústria inteira.
Nos Estados Unidos, a realidade foi dura. Sem muito dinheiro e com um inglês “mais ou menos”, Hamdi pegava qualquer trabalho que aparecesse. Mas ele persistia, mantendo-se firme no objetivo de criar algo maior, ainda que a visão ainda estivesse vaga. Com o tempo, ele conseguiu abrir um pequeno negócio de importação de queijos – uma tentativa de se reconectar com a cultura de casa. E foi quando as coisas começaram a se alinhar de um jeito inesperado.
Um dia, Hamdi viu um anúncio de uma fábrica de iogurte abandonada à venda no norte do estado de Nova York. Era um galpão antigo, com equipamentos enferrujados e nenhum sinal de que alguém o faria funcionar novamente. Mas, para ele, aquela era uma oportunidade. Sem plano mirabolante, mas com muita intuição e um empréstimo arriscado, Hamdi comprou a fábrica. Ele queria recriar o sabor de casa, o iogurte que cresceu comendo, sem nem sonhar que isso pudesse mudar uma revolução no mercado americano.
Com uma equipe pequena, ele começou a testar receitas, confundindo os ingredientes, tentando recriar aquele sabor. Sem pressa e com muita paciência, Hamdi e sua equipe produziram o primeiro lote e o enviaram para uma loja de conveniência. E aí aconteceu o que ninguém esperava. As pessoas não apenas gostaram, mas voltaram pedindo mais. Não era só um iogurte; era algo novo e único. O primeiro pedido de encomenda foi seguido de outro e depois de mais um. Cada pedido aumentava a confiança de Hamdi e o aproximava de um objetivo maior, ainda que ele não informasse o tamanho do que estava por vir.
Aos poucos, o “iogurte grego” de Hamdi, agora sob a marca Chobani , começou a aparecer em mais e mais prateleiras. Ele investiu tudo no negócio, e a marca cresceu como uma bola de neve. De uma fábrica esquecida e de um imigrante com um sonho, a Chobani se transformou em uma das maiores marcas de iogurte dos Estados Unidos.
Mas o sucesso de Hamdi não o fez esquecer de onde veio. Ele contratou refugiados e imigrantes, dando oportunidades a outros que, como ele, buscavam uma nova vida. Hoje, Chobani é mais que um iogurte; é uma história de pequenas vitórias que, uma após a outra, abriram as portas para algo extraordinário. E Hamdi nos lembra que, mesmo quando começamos com muito pouco, cada pequena conquista pode ser a peça inicial de um efeito dominó que transforma tudo ao nosso redor.
Então, da próxima vez que alguém vier com aquela de “foi sorte”, vale lembrar que talvez o segredo esteja em agarrar as pequenas vitórias. Cada uma pode ser o ponto de partida para um ciclo poderoso de sucesso e autoconfiança – e Hamdi e sua marca Chobani são a prova viva disso
Vencer sempre é bom? Como o ciclo de sucesso pode moldar sua vida
Agora, imagine a cena: você consegue aquele emprego dos sonhos, o salário é um espetáculo, as oportunidades começam a brotar de todos os cantos, e você conhece pessoas que só parecem jogar ainda mais luz no seu caminho. Parece até script de filme, não é? Mas, de acordo com o Efeito do Vencedor, isso é quase uma realidade “automática” para quem entra nesse ciclo de vitórias. Já que uma vez que você começa a vencer, as chances de continuar vencendo só aumentam – é quase como ter uma fila de conquistas te esperando de braços abertos.
Mas, como todo bom conto, aqui também tem uma pegadinha: esse efeito que nos impulsiona ao sucesso também pode nos colocar numa bela armadilha. Depois de um tempo, as vitórias começam a vir com tanta frequência que bate aquele sentimento de “já sei como é”, e pronto, nasce a acomodação. Afinal, para que tanto esforço se você já sabe que vai ganhar? Essa sensação de invencibilidade é perigosa, porque começa a drenar o combustível que, na verdade, impulsionava suas vitórias desde o início – o esforço e a disciplina.
Quer um exemplo perfeito desse ciclo e dessa “pegadinha” em ação? Lembra do Mike Tyson? Nos anos 80, ele era uma verdadeira máquina de vitórias, um dos boxeadores mais implacáveis do mundo. Tyson não apenas ganhava lutas; ele as dominava, muitas vezes vencendo por nocaute ainda nos primeiros minutos. Esse ciclo de vitórias deu a Tyson uma confiança quase sobre-humana – o cara acreditava que era invencível. E, por um bom tempo, ele era. Mas, adivinha só? A tal sensação de invencibilidade também o levou a perder o foco. Ele começou a subestimar os adversários, pulando treinos, negligenciando a disciplina que o tinha colocado no topo. E foi aí que veio a fatídica derrota para Buster Douglas, em 1990. Para muitos, foi o fim da “era Tyson”.
A história de Tyson deixa claro: o Efeito do Vencedor é um ciclo que pode te impulsionar a lugares incríveis, mas também te leva direto para a zona de conforto – onde o sucesso estaciona, e a queda começa.
Confiança ou arrogância? O lado psicológico do efeito do vencedor
E essa sensação de vitória é incrível, não é? Quando vencemos, bate aquela certeza: “Eu posso tudo!” O problema é que essa confiança, que deveria ser o combustível para a próxima conquista, tem um jeito perigoso de virar arrogância. E aí, de repente, não é só uma questão de autoconfiança – é quase como se o universo estivesse em dívida com você, como se o sucesso fosse apenas seu por direito. Só que é bem aí que as coisas começam a dar errado.
A psicologia explica esse fenômeno. Quando você começa a acumular vitórias, o cérebro cria o que chamamos de ilusão de controle. Em outras palavras, você começa a acreditar que tem o mundo na palma da mão, que está no comando de tudo, até dos fatores que não têm nada a ver com o seu talento. É aquela sensação de “já venci antes, então nem preciso me preocupar agora”. O psicólogo Albert Bandura, que estuda a autoeficácia, mostra que essa confiança inicial é ótima para o nosso desenvolvimento… até o ponto em que ela passa do limite e vira “excesso de otimismo”. Isso é quando começamos a acreditar que nenhum obstáculo, por mais complicado, vai ser capaz de nos derrubar.
E é aí que as coisas ficam perigosas, porque essa super confiança vai, pouco a pouco, afastando a gente da realidade. Quando você se sente invencível, não vê mais necessidade de ouvir outras opiniões, aceitar sugestões ou de admitir que pode estar errado. A psicóloga Angela Duckworth diz que essa confiança exagerada bloqueia a escuta ativa – aquela coisa simples de ouvir as pessoas e, quem sabe, aprender com elas. Porque, no fundo, quando estamos nesse modo “eu sou incrível”, quem precisa de conselho, não é?
A arrogância, como Carol Dweck, psicóloga da Universidade de Stanford, explica, nos joga em uma “mentalidade fixa”. A gente para de ver desafios como oportunidades e começa a tratá-los como ameaças ao nosso ego. O que antes era só mais um obstáculo para superar vira um potencial perigo que pode, de uma hora para outra, arranhar nossa imagem de “imbatível”. E é justamente esse medo de perder que faz a gente evitar novos desafios, limitando o próprio crescimento. A ironia aqui é cruel:
O excesso de confiança, que era para nos fazer ir em frente, acaba nos prendendo numa bolha de comodismo e insegurança.
Então, a lição é clara. Confiança é essencial, mas, quando vira arrogância, nos afasta das oportunidades e das pessoas que poderiam, de fato, nos ajudar a crescer. E o mais irônico de tudo? Esse excesso de confiança não só bloqueia o progresso como acaba nos transformando naquilo que mais temíamos: alguém limitado, preso no próprio sucesso passado e com medo do próximo passo.
O que é mais importante: realidade ou percepção?
Aqui vai uma sacada que vai mudar sua visão sobre sucesso: para o cérebro, não importa muito se a vitória foi “real” ou só “percebida”. Sim, isso mesmo! Se você sente que ganhou – mesmo que seja uma vitória discreta, que ninguém viu e que nem merece post no Instagram – seu cérebro reage quase da mesma forma. Ele responde com aquele empurrãozinho de confiança e felicidade, como se você estivesse conquistando o mundo.
E essa descoberta é libertadora. Ela basicamente diz que, para aproveitar o Efeito do Vencedor, você não precisa sair ganhando prêmios ou conquistando feitos épicos. Pode simplesmente valorizar e comemorar as pequenas vitórias. O neurocientista Ian Robertson explica que essas “mini-vitórias” acionam a mesma dose de dopamina, que vem e te diz: “Isso, campeão, segue em frente!” E não subestime o poder dessa sensação, não. Pequenas coisas como perder cinco quilos, investir pela primeira vez, ou conseguir entregar aquele projeto antes do prazo contam – e são exatamente o impulso que você precisa para manter o ritmo e se sentir incrível.
Esse efeito de recompensa mental explica exatamente porque não é uma boa ideia sair contando seus planos futuros por aí. Aquela vontade irresistível de compartilhar seus sonhos, só porque eles parecem tão incríveis, pode acabar sabotando você. Como assim? Quando você fala sobre um objetivo – como uma promoção no trabalho ou uma meta pessoal – seu cérebro cria uma imagem mental do sucesso, como se tudo já tivesse dado certo e você já estava colhendo os frutos. Nesse momento, ele libera dopamina, criando a sensação de prazer e recompensa, antes mesmo de você fazer qualquer esforço real. E o problema está justamente aí: essa dose antecipada de satisfação faz com que a motivação para realizar a meta diminua. Afinal, seu cérebro já “sentiu” a recompensa – e, sem perceber, você perde parte do impulso para transformar o sonho em realidade. Por isso, aquele velho conselho de “não contar seus planos antes da hora” não tem nada a ver com “olho gordo” – é pura neurociência!
Então, da próxima vez que conseguir uma vitória, por menor que seja, celebre. Use cada pequeno passo como combustível para seu ciclo de sucesso. E, quanto aos grandes planos, guarde um pouquinho mais pra você. Deixe seu cérebro trabalhar a seu favor, mantendo o foco e a energia para fazer acontecer de verdade.
E quando a celebração se torna uma cilada?
Mas existe um detalhe que costuma passar despercebido: nem toda vitória merece um grande brinde. A celebração é importante, claro, mas saber quando e por que celebrar é ainda mais. Imagine que você, por exemplo, conseguiu “driblar” uma tarefa complicada no trabalho ou evitou uma conversa difícil e se deu bem. Vai lá e comemora. O problema? Esse tipo de “vitória” é uma armadilha que reforça comportamentos que, no fim das contas, não ajudam em nada a crescer. Afinal, quem nunca “comemorou” uma tarefa adiada para depois ou aquele compromisso “resolvido” com a desculpa certa? O risco é que, a longo prazo, isso cria um hábito de autopreservação, que se transforma numa zona de conforto onde o progresso é o que menos acontece.
O ponto principal é que celebrar é essencial, mas também é importante saber refletir depois das conquistas. Isso porque, se a gente só comemora sem pensar, perdemos o potencial de aprender com a experiência.
Neste outro artigo – que recomendo muito a leitura – expliquei como pausas e reflexões após as vitórias têm um papel crucial na saúde mental e na continuidade do crescimento. A ideia é que, ao fazer pausas estratégicas, ativamos uma área do cérebro chamada default mode network – uma região responsável pela divagação, mas também pelo autoconhecimento e criatividade. É esse momento de pausa que permite que a vitória se assente, que o aprendizado seja integrado ao nosso algoritmo mental, virando um verdadeiro combustível para os próximos passos.
Então, sim, celebre suas vitórias – mas não se esqueça de refletir. Pergunte-se: essa conquista me fez crescer? O que aprendi com isso? É essa pausa reflexiva que transforma uma vitória simples em um aprendizado e impede que a busca pelo sucesso vire uma corrida incessante e desgastante. Porque, no fim das contas, cada vitória precisa ser mais do que uma comemoração vazia; ela te ajuda a integrar essas vitórias como estratégias mentais para lidar com a realidade, como se você atualizasse a sua programação e estivesse pronto para repetir isso mais e mais.
Como treinar a mente para experimentar o efeito vencedor?
Quer entrar no ciclo do Efeito do Vencedor de uma forma ainda mais poderosa? Existe uma ferramenta para isso, usada por atletas, empresários e até monges budistas. Ela vai além de simplesmente acumular vitórias – trata-se de preparar o cérebro para vencer antes mesmo de você entrar no jogo. E a chave para isso é a visualização.
Visualizar o sucesso não é só pensar positivo ou “imaginar” uma vitória de qualquer maneira. É um treino psicológico poderoso e acessível, e a ciência mostra que, ao visualizar uma conquista em detalhes, o cérebro começa a se programar para fazer com que aquilo realmente aconteça. É como dar ao seu sistema interno um “alerta” do que está por vir e permitir que tudo em você comece a trabalhar nessa direção. Mas é claro que, como toda ferramenta que funciona de verdade, a visualização tem seus segredos. Se você só se sente e pensa “imagina se desse certo”, é provável que uma coisa toda possa ser mais frustrante do que empolgante.
Para que isso funcione de verdade, o Efeito do Vencedor com visualização requer alguns passos estratégicos que transformam a técnica em algo muito mais prático. E aqui está o passo a passo que eu costumo ensinar a executivos e empresários para fazer isso de forma a funcionar de fato. Claro, existem outras nuances e detalhes técnicos importantes, mas os itens abaixo já dão o tom da conversa e vão te ajudar a entender a mecânica geral.
1. Aquietar a Mente:
O primeiro passo é básico, mas essencial. Antes de mais nada, acalme o fluxo incessante de pensamentos – é como se preparar para sintonizar um canal. Técnicas de mindfulness ou simplesmente focar na respiração já ajudam a mente a buscar um ponto de equilíbrio. A ideia aqui é desacelerar, para que a visualização seja clara e sem interferências. Esse é o momento de “ajustar a antena”. E aqui vale um lembrete muito importante. Nós não conseguimos ativamente controlar os pensamentos ou parar de pensar. No fundo o que se faz nessa fase é apenas tornar o fluxo de pensamentos “menos importante” por assim dizer. É conseguir informar a mente que você não vai se envolver tanto com o fluxo mental vigente.
2. Detalhe, Emoção e Sensação:
Aqui está o coração da visualização. Imagine a cena exata que deseja alcançar: o palco daquela apresentação, a corrida da prova que você quer vencer ou a sensação de concluir um projeto com maestria e ser aplaudido por todos. Mas não pare na imagem. Aliás, a imagem em si nem é tão importante. A chave está nas emoções. Como você se sentiria ao cruzar a linha de chegada? Qual seria a emoção ao ouvir o som da torcida, as cores ao redor, a sensação no seu corpo de superar esse desafio? A dica de ouro é aumentar a intensidade desses detalhes de forma específica, porque o cérebro, como dizem, é literal. Quanto mais você enche a cena de sons, cores, detalhes da imagem, mais a mente produz o estado mental e as emoções que o seguem e você se prepara para realizar essa experiência, como se já estivesse vivendo aquilo.
3. Dissolver e Largar a Expectativa:
Esse é o grande segredo – e o passo que muita gente ignora. Após criar essa imagem intensa, é preciso “dissolvê-la” e voltar a focar na respiração. O que permanece é a emoção gerada no corpo, mas sem qualquer apego ao resultado. Esse é exatamente o ponto onde muita gente tropeça: largar a expectativa é o que permite que o processo funcione. Se você conseguiu gerar a emoção certa e se sente preparado para o que precisa fazer, então já deu certo. O resultado final é apenas uma das variáveis, algo que depende do seu preparo, das condições externas (que são incontroláveis) e do foco que você tem no resultado final. Afinal, se mal conseguimos controlar o corpo, quem dirá o mundo externo.
Ao transformar a visualização em uma rotina, você está, na verdade, criando um cenário onde o sucesso parece mais alcançável, menos assustador e mais familiar. E a parte mais irônica? Ao soltar as expectativas e confiar no processo, você dá espaço para que as coisas realmente aconteçam.
E sinceramente, já existem muitas pesquisas que começam a apontar para este lado de como o nosso estado mental pode mudar a nossa vida. Fiz esse vídeo recentemente com muitas dessas informações, caso você tenha curiosidade no assunto.
Como Usar o Efeito do Vencedor Para Criar Seu Próprio Ciclo de Sucesso
Agora que você desvendou cada segredo do Efeito do Vencedor, fica a pergunta: como transformar isso em algo prático, para usar no dia a dia? O sucesso, afinal, não é só sobre grandes conquistas; é uma série de pequenas vitórias, uma espiral de avanços que cresce com cada degrau. Mas, claro, nada é automático. Assim como qualquer ciclo poderoso, o Efeito do Vencedor exige intenção, atenção e – sim, claro – esforço. Porque, no fim das contas, ele é muito mais sobre se manter no caminho do que sobre cruzar a linha de chegada uma única vez.
A parte mais irônica e inspiradora é que você não precisa esperar por “aquela” grande vitória para começar. Na verdade, o segredo é justamente valorizar as pequenas conquistas: aquela meta batida, aquele desafio superado. Esse efeito acontece no micro, um passo por vez. Quer potencializar isso? Então lembre-se de celebrar, refletir e, depois, respirar fundo e continuar. Cada vitória é, no fundo, um empurrãozinho para o próximo degrau – nada mais, nada menos.
Então, que tal começar hoje mesmo? Seja lá o que você tenha pela frente, trate cada passo como um mini-treino para o sucesso. Reforce o que te leva para frente, ignore o que só atrasa. E, acima de tudo, use o Efeito do Vencedor para construir o ciclo de sucesso que só você pode criar. A estrada está aberta, e a próxima vitória já te espera.